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sábado, 2 de junho de 2012

Como fazer investigação?

, facebook.iscac.pt


SEMINÁRIO

Como fazer investigação em Bolonha: dissertações, projectos e
relatórios de estágio"

09 de Junho de 2012

09:30 - 13:00 ^^k^^A Auditório


Profâ. Doutora Maria José Sousa

Doutorada em "Gestão Industrial" (área de investigação "Inovação e Ges¬tão do Conhecimento") pela Universidade de Aveiro Professora Auxiliar no ISLA Campus Lisboa - Laureate International Univer-sities

Professora Auxiliar Convidada na Universidade Aberta, Universidade Técni¬ca de Lisboa.

Prof.â Doutora Cristina Baptista

Doutorada em "Business Administration and Economics" na área especiali¬zada de Marketing Industrial pela Luleâ University of Technology, Suécia >J Professora Auxiliar Convidada no Instituto Superior de Gestão (ISEG), Uni¬versidade Técnica de Lisboa.


Organização:

Coordenação do Mestrado em Gestão Empresarial
Coimbra Business School

Escola de Negócios de Coimbra

Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra

ENTRADA LIVRE

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Inventem-se novos pais

Inventem-se novos pais e mães!

O regresso dos pais autoritários
Os pais têm de recuperar a autoridade perdida e deixarem de querer
agradar aos filhos, ou o mundo estará perdido, afirma um dos mais famosos
pediatras do mundo. Fomos saber porquê.


Catarina fonseca/activa | 10 fev. 2010

Confesso que ia um bocado amedrontada. Afinal, ia entrevistar um dos
homens responsáveis por um dos maiores escândalos educativos das últimas
décadas, o homem que defendera a urgência do regresso ao poder dos pais
contra os todo-poderosos filhos.
Acusado de tudo, de fascista para baixo, o pediatra líbio-francês Aldo
Naouridiz
que os pais se demitiram do seu papel de educadores e em vez
disso se dedicam a satisfazer a criança, com o único desejo de se fazerem
amar. Diz que confundimos frustração com privação. Diz que transmitimos à
criança que não só pode ter tudo como tem direito a tudo, içando-a ao topo
do edifício familiar, onde ela nunca esteve e onde nunca deveria estar. Diz
que um filho hoje não é criado para se tornar ele próprio, mas para
gratificar e servir o narcisismo dos pais. Diz que estamos perante uma
epidemia que encoraja os pais a seduzirem as crianças, tornando-as assim em
seres obsessivos, inseguros, amorfos e emocionalmente ineptos, que não
sabem gerir as suas pulsões e são incapazes de encontrar o seu lugar no
mundo.
Em resumo, esperava alguém mais parecido com o Deus do Velho Testamento,
que me recebesse com raios e coriscos, ou pelo menos uma praga de
gafanhotos. Em vez disso, recebeu-me com um sorriso só equivalente ao sol
de Lisboa, agarrou-me na mão, perguntou-me por que é que não tinha filhos e
assegurou-me que os homens são todos uns egoístas. "Portanto, madame, é só
escolher um! São todos iguais!"

Por entre gargalhadas, falou-se de coisas muito sérias, como aquilo que
andamos a fazer às crianças. Ora leiam.

- ENTãO, NADA DE DEMOCRACIA PARA AS CRIANçAS?
- Não. É fundamental que estejam numa relação vertical: os pais em cima, as
criançasem baixo. Porquehá uma diferença entre educar e criar. Criar é
dar-lhe os cuidados básicos, dar-lhe banho, alimentá-lo, etc. É como criar
galinhas. Educar é haver qualquer coisa que não existe e que é preciso
formar. Por isso a criança não está nunca ao mesmo nível dos pais, não pode
haver uma relação horizontal. Se quiser compreender o que se passa na
cabeça de uma criança numa relação horizontal, imagine o seguinte: você
está num avião, e o comandante vem sentar-se ao seu lado. Você pergunta,
Mas quem é que está a guiar o avião? E ele diz, 'Ah, é um passageiro da
primeira fila que eu pus no meu lugar.' A criança tem necessidade de alguém
acima dela.

- AS MãES NãO SE ESCANDALIZAM COM A MUDANçA DE HáBITOS QUE LHES ACONSELHA?
- Nada disso. As mães estão petrificadas na sua angústia e precisam de se
libertar. Eu digo, 'mas não vale a pena angustiarem-se dessa maneira, ser
mãe é muito mais simples do que vocês pensam'. Digo-lhes que não vale a
pena viverem preocupadas porque a criança não come, não dorme, ou vai ter
ciúmes do irmão. Dou-lhes conselhos básicos e fáceis de seguir e tento
fazer com que simplifiquem a máximo as suas vidas. O que eu quero é que a
criança seja para os pais uma fonte de prazer e felicidade, e não um foco
de sofrimento e angústia, e para que isso aconteça, os pais têm de estar
descontraídos.

- AS NOSSAS AVóS NãO VIVIAM NESSA ANGúSTIA...
- Pois não. Mas viviam num mundo em que havia três tipos de ordem: Deus,
Rei e pai. Esse tipo de ordem fazia com que existisse qualquer coisa que as
transcendia. Hoje todo o tipo de transcendência desapareceu, e quem ficou
no lugar de Deus? A criança. Às mães que põem o filho nesse altar, eu
simplifico a tarefa: digo - Não se cansem dessa maneira. Não se preocupem
assim. Ponham-se a vocês próprias em primeiro lugar. Claro que não é uma
coisa que elas estejam habituadas a fazer, ou sequer a ouvir, mas não é por
isso que não podemos dizer-lhes, e não é por isso que elas vão deixar de
ser capazes de o fazer. Acredito que vão ser capazes, porque é urgente: a
bem das crianças, e a bem delas próprias. É preciso fazer as coisas de
maneira tranquila, porque a mãe perfeita não existe, o pai perfeito não
existe, a criança perfeita não existe.

- MAS AS MãES HOJE TêM UMA VIDA TãO DIFíCIL, é NORMAL QUE SE
CULPABILIZEM...
- Não é por trabalharem fora de casa que têm de se sentir culpadas. Peço às
mães: lembrem-se do vosso primeiro amor. Quando não o viam durante três
dias, morriam de saudades. Mas quando o voltavam a ver, assim que batiam os
olhos nele era como se nunca se tivessem separado. Com as crianças, é
exactamente igual. Quando tornam a encontrar a mãe, é como se ela nunca
tivesse partido.

- DIZ QUE OS PAIS ESQUECERAM O SEU PAPEL DE EDUCADORES PORQUE QUEREM SER
AMADOS PELAS CRIANçAS. POR QUE é QUE ISTO ACONTECE?
- Como todas as crianças, tiveram conflitos com os pais. E como todas as
crianças, amam-nos mas guardaram muitos ressentimentos. E não querem que os
seus filhos tenham esse tipo de ressentimento em relação a eles. E pensam
que a melhor maneira de o fazer é seduzir a criança para que ela o ame. O
que é um enorme erro. Porque nesse momento, a relação vertical inverte-se.
A hierarquia fica de pernas para o ar, e quando isso acontece, destruímos a
crianças.

- O PROBLEMA é QUE AS PESSOAS CONFUNDEM AUTORIDADE COM VIOLêNCIA.
AUTORIDADE é FAZER-SE OBEDECER, NãO é DAR UMA PALMADA, QUE O SENHOR ALIáS
DESAPROVA.
- Completamente! Não aprovo palmadas de que género for, nem na mão nem no
rabo. Ter autoridade não é agredir a criança. Ter autoridade é dizer:
'Quero isto', e esperar ser obedecido. Quero que faças isto porque eu
disse, e pronto. Autoridade é só isto, é assumir o seu dever. Não vale a
pena ser violento, aliás porque a criança sente a autoridade. É quando o
pai ou a mãe não está seguro do seu poder que a criança tenta ir mais
longe. Quando há uma decisão que é assumida pelos pais, ela cumpre-a.

- uma terapeuta de casal dizia que as pessoas hoje não têm falta de
erotismo, dirigem-no é todo para as crianças...
- Sem dúvida. E é isso que é urgente mudar. O slogan 'a criança acima de
tudo' deve ser substituído por 'o casal acima de tudo'. A saúde física e
psíquica das crianças fabrica-se na cama dos pais. Por que isso não
acontece é que há tantos divórcios, e depois a vida torna-se muito mais
complicada para a mãe, o pai e a criança. Se elas decidem privilegiar a
relação de casal, estão a proteger a criança.

- EDUCOU OS SEUS FILHOS DA FORMA QUE DEFENDE?
- Sim sim, eu eduquei os meus três filhos tranquilamente. A autoridade
significa serenidade, não violência. Ainda hoje, que eles já são mais do
que adultos, nos reunimos às vezes para jantar. E no outro dia, falámos
sobre as viagens de carro que costumávamos fazer - sempre viajei muito com
eles. Quando se portavam mal, eu virava-me para trás e dizia: - Olhem que
eu páro o carro e deixo-vos a todos aqui na autoestrada! - Só há pouco
tempo é que percebi que eles achavam que eu estava a falar a sério e que
seria capaz de os abandonar na estrada! (ri). Tal é a força da autoridade.
Mas isso não tem importância, o importante é que funcionava! (ri)

- diz que o pai tem de ser egoísta mas também diz que uma das tragédias do
mundo moderno é a ausência do pai... qual é então o papel do pai, para lá
de ser egoísta?
- Tem duas funções: a primeira é a de possibilitar à mãe o exercício da sua
feminilidade. A segunda é a de se oferecer ao filho ou filha como um escudo
contra a invasão da mãe. Porque de outra maneira, a mãe vai tecer à volta
do seu filho um útero virtual, extensível até ao infinito. O pai não está
presente como a mãe, mas é preciso que esteja presente.

- mas hoje exige-se aos pais que façam uma data de coisas, que mudem
fraldas, que ponham a arrotar, que ensinem karaté...
- Não é preciso. Porque na cabeça das crianças tudo está muito claro:
aquela que o filho ama acima de tudo é a mãe, que sempre respondeu às suas
necessidades desde que estava na sua barriga. Se alguém lhe diz 'não',
mesmo que seja a mãe, para ele a culpa é do pai. Ou quando muito, da
não-mãe. No inconsciente de uma criança, o pai não existe. Só há a mãe. O
pai tem de se construir, a bem das crianças e a bem da mãe delas.

- antes de ler este livro não tinha consciência de que as crianças estavam
tão perturbadas.
- Li um artigo recentemente do director do centro médico-pedagógico de
Paris, que afirmava que em 2008 tinha recebido 394 novas famílias, e que a
maior parte tinham problemas psicológicos. No fim da primária, 40% dos
alunos ainda não dominam a língua, e isto é grave. E não porque tenham
problemas físicos ou sejam burros: é porque não os sabemos educar. Mas é
uma tarefa difícil, porque mesmo as instâncias governativas vão no sentido
de seduzir a criança. Porque as crianças vendem, são um produto que se
compra e se compara. Todo o mundo vai no sentido de deixar a criança fazer
o que quer, porque é mais fácil que ela não cresça. Mas o que vai acontecer
é que essas crianças, se não travadas, vão crescer e fabricar sociedades
absolutamente abomináveis, onde será cada um por si, onde não haverá
solidariedade.

.- nem cientistas.. É O SENHOR QUEM O DIZ...
- (ri). Apesar de tudo, estou optimista. As pessoas querem saber como podem
mudar. Não sou o único a dizer estas coisas, mas digo-as de forma bruta.
Tenho 40 anos de experiência com pais e crianças. E é muito fácil mudar,
quando começamos a ver a lógica das coisas. Além disso, o que eu pretendo é
simplificar a vida das pessoas. Não quero voltar àquilo que se fazia há um
século. Não quero pais castradores.

- O QUE é UM PAI CASTRADOR?
- Não é um pai autoritário, é um pai fraco, intranquilo, desconfortável na
sua pele e na sua posição. O que eu digo é, a sua posição como pai ou mãe
está assegurada à partida. Só tem de exercê-la. Uma vez, apareceu-me uma
mãe muito alarmada porque a filha não dormia. Aconselhei-a a dizer à
criança, antes de dormir: 'Podes dormir tranquila. Não preciso mais de ti
hoje.' E a criança dormiu a noite toda. Por isso eu digo no fim das
consultas, a todas as crianças, tenham elas 1, 7 ou 14 anos, 'Muito
obrigado por me teres trazido os teus pais à consulta. Agora podes ficar
descansado, eu ocupo-me deles.'

O QUE DEVEMOS FAZER...
Palavra de ordem: não compliquem.
Segundo Aldo Naouri, o esterilizador de biberões não faz sentido, nem
desinfectar o mamilo.
- Os biberões devem lavar-se com água quente da torneira.
- As nádegas do bebé devem ser lavadas com água e sabão.
- A roupa do bebé pode ser enfiada na máquina como o resto da roupa de
casa.
- Em todas as idades, devem tomar-se as refeições familiares em conjunto.
- Um adolescente pode ir vestido da maneira que bem-entender.
- Petiscar, no caso de um adolescente, não é de condenar, porque precisam
de imensas calorias.

E O QUE NÃO DEVEMOS...
- Rituais antes de dormir, como a história ou a cantiga, é para irem à
vida. Só servem para ritualizar o medo da criança. Deve-se mandar a criança
para o quarto, e aí ela fará o que quiser com o seu tempo.
- Angustiar-nos com as horas de sono. É absolutamente necessário
livrarmo-nos da obsessão do número de horas que eles dormem.
- Nunca, em circunstância alguma, se deve obrigar uma criança a comer.
- Biberão, chupeta e objectos de transição devem desaparecer antes do fim
do segundo ano da criança.
- Bater nunca: nem na mão nem no rabo.
- Elogiar, só para coisas excepcionais.
- A criança não deve escolher a sua roupa.
- Uma ordem não tem de ser explicada, tem de ser executada. A explicação
que é dada ao mesmo tempo que a ordem apaga a hierarquia. Se quiser
explicar, só depois da ordem cumprida. A figura parental nunca, mas nunca,
tem de se justificar perante o filho.

A actual educação estraga as crianças!

A atual educação estraga as crianças - Eduardo Sá

Foi assim que iniciou a sua palestra no Colégio de Nossa Senhora do Alto,
em Faro, uma iniciativa promovida em colaboração por aquela instituição e
pelo Centro de Formação Ria Formosa sobre o "Envolvimento Parental na
Escola".

Perante um auditório com cerca de 280 pessoas, o conferencista afirmou que
"a estrutura tecnocrática, em que se transformou a educação, faz mal" e
criticou o "furor da formação técnica e científica" que levou ao
esquecimento de que "o melhor do mundo não é a escola mas as pessoas e, em
particular, as relações familiares". Lamentando a ausência de uma lei de
bases para a família e para a criança, Eduardo Sá lembrou que "há aspetos
muito mais importantes do que a escola na vida das crianças", como a
família. "Estamos a criar uma mole de licenciados e de mestres aos 23 anos
que esperamos que sejam ídolos antes dos 30 e o fundamental não é isso",
lastimou, lembrando que "estamos a exigir aos nossos filhos que sejam
iguais a nós: que ponham o trabalho à frente de tudo o resto",
esquecendo-nos de brincar com eles.

O conferencista considerou que "criámos uma ideia absurda de
desenvolvimento" e lembrou que "a vida não acaba aos 17 anos com a entrada
no ensino superior". "Só os alunos que tiveram pelo menos uma negativa no
seu percurso educativo é que deviam entrar no ensino superior porque
estamos a criar uma geração de pessoas imunodeprimidas", defendeu,
sustentando que "errar é aprender".

Eduardo Sá disse achar "uma estupidez" crermos que tecnocratas sejam
"sempre mais inteligentes porque dominam a estatística", "inacreditável"
que "o mundo, hoje, privilegie o número à palavra" e um "escândalo" que,
"nesta sociedade do conhecimento, não perguntemos até que ponto é que mais
conhecimento representou mais humanidade". "Este mundo está felizmente a
morrer de morte natural. O futuro vão voltar a ser as pessoas",
congratulou-se, considerando a atual crise uma "oportunidade fantástica que
temos a sorte de estar a viver". "Esta crise representa o fim de um ciclo
que aplaudo de pé. Este furor positivista está felizmente a morrer",
complementou, considerando que "o custo do positivismo foi a burocracia e a
tecnocracia"."Acho ótimo que possamos reabilitar algumas noções que parecem
ferir os tecnocratas e que são preciosas para a natureza humana. Acho
inacreditável que, depois do positivismo, a fé tenha passado de moda porque
a fé é uma experiência de comunhão entre as pessoas", acrescentou.

Eduardo Sá defendeu que as "educações tecnológicas" possam dar lugar à
"educação para o amor" como "a questão mais importante das nossas vidas".
"Acho fundamental que tenhamos a coragem, a ousadia e a verticalidade de
dizer que a maior parte das pessoas se sente mal-amada e acho fundamental
explicar aos nossos filhos que é mentira que acertemos no amor à primeira e
que é notável aquilo que se passa dentro do nosso coração", afirmou.

Neste sentido afirmou que "devia ser proibido dizermos aos nossos filhos
que se deve casar para sempre". "Sempre que namoramos mais um bocadinho,
casamo-nos mais um pouco e sempre que deixamos de namorar, divorciamo-nos
em suaves prestações", concretizou a provocação, considerando o casamento
tão sagrado como frágil. "É uma experiência sagrada porque duas pessoas que
decidem comungar-se é uma experiência tão preciosa que é sagrada, mas é
frágil porque, às vezes, os pais estão tão preocupados com a educação dos
filhos que se esquecem de namorar todos os dias", lamentou, lembrando que
"pais mal-amados tornam-se piores pais". "É fundamental que a relação
amorosa dos pais esteja em primeiro lugar, antes da relação dos pais com as
crianças", sustentou.

Eduardo Sá defendeu que "as crianças devem sair o mais tarde possível de
casa" e jardins de infância "tendencialmente gratuitos para todos". "Não se
compreende como é que a educação infantil e o ensino obrigatório não são a
mesma coisa", criticou, lamentando que os governantes, "nomeadamente a
propósito da crise da natalidade", não perguntem: "quanto é que uma família
da classe média (se é que isso ainda existe em Portugal) precisa de ganhar
para ter dois ou três filhos num jardim de infância".

O psicólogo defendeu ainda jardins de infância onde as crianças "brinquem e
ouçam e contem histórias", tenham educação física, educação musical e
educação visual. "O ensino básico não é muito importante senão para que,
para além de tudo isto, as crianças tenham português e matemática", disse,
considerando ser "mentira que as crianças não tenham competências para a
aprendizagem da matemática". "É ótimo brincar com a matemática mas a
matemática sem o português torna-nos estúpidos. Não consigo entender que
este país não acarinhe a língua materna", criticou.

Eduardo Sá disse ainda não achar que "mais escola seja melhor escola",
criticando os blocos de aulas de 90 minutos porque aulas expositivas
daquela duração são "amigas dos défices de atenção". "Acho um escândalo que
as crianças comecem a trabalhar às 8h, terminem às 20h e que tenham, entre
blocos de 90 minutos, 10 minutos de intervalo. Quanto mais as crianças
puderem brincar, mais sucesso escolar têm", defendeu, acrescentando que "os
pais estão autorizados a ser vaidosos com os filhos mas proibidos de querer
a criar jovens tecnocratas de fraldas". "Devia ser proibido que as crianças
saíssem do jardim de infância a saber ler e escrever", advertiu.

A terminar, defendeu ser possível "ter sucesso escolar" e "gostar da
escola". "Tenho esperança que um dia as crianças queiram fugir para a
escola", concluiu.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

sábado, 21 de janeiro de 2012

Direitos das pessoas com deficiência

Por José Madeira Serôdio
Diretor do Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P.
In Revista Louis Braille, Janeiro 2012



“O pensamento ativo sobre a realidade das vidas e dos direitos das pessoas com deficiência e das suas famílias, incorpora, hoje, além de importantes projetos, programas, estudos e investigações, um manancial significativo de ordenamentos jurídicos, declarações e convenções europeias e internacionais, que culminam com a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, consubstanciando os Princípios cruciais para a plena cidadania e inclusão social, numa sociedade para todos, princípios estes já consignados na Lei que define as bases gerais do regime jurídico da prevenção, habilitação, reabilitação e participação da Pessoa com Deficiência.”
(…)
“Neste contexto, importa referir do Artigo 3.° - Princípios gerais – da referida Convenção:
• O respeito pela dignidade inerente, autonomia individual, incluindo a liberdade de fazerem as suas próprias escolhas, e independência das pessoas;
• A Não discriminação;
• A participação e inclusão plena e efetiva na sociedade;
• O respeito pela diferença e aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e humanidade;
• A igualdade de oportunidades;
• A acessibilidade;
• A igualdade entre homens e mulheres;
• O respeito pelas capacidades de desenvolvimento das crianças com deficiência e respeito pelo direito das crianças com deficiência a preservarem as suas identidades.”
(…)
“Nas últimas décadas, as Pessoas com Deficiência, incluindo as Pessoas com Deficiência Visual, têm vindo a conquistar territórios de visibilidade social, cultural, política e económica, que significam, indiscutivelmente, avanços civilizacionais extraordinários, com impacto direto na qualidade social e da diversidade cultural das nossas sociedades, por força da progressiva e interiorizada tomada de consciência de que são cidadãos de pleno direito e atores imprescindíveis nos processos de desenvolvimento das suas comunidades.”

“A visibilidade da Deficiência na agenda dos Media e do quotidiano dos cidadãos, é uma evidência inquestionável, se nos recordamos do desconhecimento e ostracismo desta realidade, em tempos remotos, dada a cultura de institucionalização e segregação das vidas dos cidadãos com deficiência, entre outros fatores discriminatórios visíveis e invisíveis, designadamente a percepção mental, que considerava estas pessoas como inválidas ou incapazes (cfr. Código Civil nos seus artigos 1380 e ss), meramente sujeitos de ações assistencialistas ou caritativas, sem direito aos seus projetos de vida e de felicidade pessoal.”
(…)
“Neste sentido, parece importante destacar a mensagem que o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, emitiu, no dia 3 de dezembro de 2011 – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, sublinhando a participação das pessoas com deficiência, como um factor essencial para alcançar o desenvolvimento sustentável e inclusivo em todo o mundo.

Desta mensagem, pode ler-se - "Neste Dia Internacional lembremos que o desenvolvimento só pode ser sustentável quando é igualitário, inclusivo e acessível a todos. As Pessoas com deficiência precisam, portanto, que sejam incluídas em todas as etapas do processo de desenvolvimento, de sua origem ao acompanhamento e avaliação".”